Lockheed diz que mais pedidos significam custos menores dos caças F-35


Altos executivos da Lockheed Martin disseram que estavam trabalhando duro para reduzir o custo do programa F-35 Joint Strike Fighter, o maior programa de armas do Pentágono, mas em última análise, seria necessário volumes maiores de pedidos para tornar o programa acessível.

“O volume acabará antingindo a acessibilidade deste programa”, disse nessa terça-feira o Chefe Operacional da Lockheed Chris Kubasik, acrescentando que os recentes pedidos estrangeiros do japão e da Noruega para o avião de guerra furtivo ao radar tinham dado ao programa algum “impulso positivo.”

A Lockheed apresentou uma proposta na segunda-feira para construção dos 60 novos aviões para a Coreia do Sul, disse Kubasik, observando que ganhar essa encomenda ajudaria ainda mais a diminuir o preço do avião.

O presidente-executivo da Lockheed, Bob Stevens, disse que a empresa está “totalmente dedicada” para reduzir o custo do F-35, mas disse que não estava claro se a Lockheed poderia satisfazer as expectativas do Pentágono de um corte de preço de 18 por cento do quarto para o quinto lotes de produção dos aviões.

Stevens disse que a Lockheed tinha oferecido ao Pentágono um preço mais baixo na sua proposta de fabricação de 32 caças F-35 do quinto lote, embora o número da encomenda não esteja subido, como inicialmente previsto. As negociações se arrastaram por mais de seis meses, e nenhum dos lados tem previsão de quando um acordo poderá ser alcançado.

Um novo relatório do Government Accountability Office (GAO) divulgado na semana passada, citou a preocupação contínua com o elevado nível de sobreposição de custos entre desenvolvimento, teste e produção do programa, apesar de uma terceira reestruturação feita pelo Pentágono neste ano, que desacelerou o programa para permitir mais tempo para o desenvolvimento.

O relatório observou que, desde 2002, a quantidade total até 2017 foi reduzida em três quartos, de 1.591 para 365.

Stevens, no mês passado, disse a investidores que as exigências cada vez maiores do Pentágono para os dados de custo, foram aumentando em muito a sobrecarga do governo que quer ver reduzido, porque a Lockheed necessita mais trabalhadores para processar as solicitações.

Na terça-feira, Stevens disse que os pedidos continuam, embora a Lockheed já tenha entregue 7.000 páginas de dados adicionais acima das 6.000 páginas apresentadas na proposta da empresa para o planejamento do quinto lote de produção.

Ele disse que as expectativas do governo não estavam “totalmente alinhadas com o que somos capazes de fazer como uma equipe industrial.”

Ele reafirma a determinação da empresa para reduzir os custos gerais e tornar o programa F-35 mais eficiente, mas ele disse que algumas das expectativas do governo foram sem precedentes.

“Não há precedente para algumas das expectativas que as pessoas têm como resultado de ‘quanto deve custar’”, disse Stevens. “Eu sei os custos do avião, e eu sei que a base industrial é capaz de fazer.”

A empresa também está lidando com uma greve de nove semanas de 3.650 membros da Associação Internacional de Maquinistas e Trabalhadores Aeroespaciais da fábrica em Fort Worth, Texas, onde a empresa fabrica o F-35, e em duas bases militares, na Califórnia e em Maryland.

A Lockheed e o sindicato devem se reunir com mediadores federais para tentar resolver a greve, que foi amplamente desencadeada pela oferta da Lockheed em acabar com um plano de benefícios definidos nas pensões para os futuros servidores.

Larry Lawson, chefe da divisão aeronáutica da Lockheed, disse numa entrevista separada que a empresa não poderia afastar a sua exigência de terminar os planos de benefícios definidos nas pensões para os futuros trabalhadores, uma política já implementada em quase todos os outros setores corporativos. “Nós não estamos fora de sintonia com as tendências nacionais”, disse ele.

Stevens disse na terça-feira que a Lockheed usou a greve para pensar em fazer certas partes do F-35 numa linha de montagem “mais eficiente”. Mas ele não entrou em detalhes.

Lawson disse que a Lockheed também estava trabalhando duro para diminuir a taxa atual de 16 por cento de retrabalho, refugo e reparo na linha de produção do F-35, embora tenha rejeitado a opinião do Pentágono de que a taxa superou a de programas de outras aeronaves no mesmo período de desenvolvimento .

“Eu não quero deixar ninguém com a impressão de que estamos satisfeitos com 16 por cento em não-conformidade. Não é um lugar satisfatório para estar”, disse Lawson.

Ele disse que a taxa de refugo e retrabalho não havia subido como resultado da greve, apesar do uso de trabalhadores temporários.

Lawson destacou as observações de Kubasik sobre a necessidade de volumes maiores de encomendas para reduzir os custos de produção, chamando isso de “a mais poderosa alavanca” para cumprir as metas de custo do programa.

Ele disse que os próprios modelos de custos do governo mostraram que o custo do avião iria cair quando os pedidos aumentarem, observando que a Lockheed tinha definido as estimativas de custos para o governo para cada lote sucessivo de planos de produção.

A Lockheed está desenvolvendo e construindo a próxima geração de caças F-35 para os Estados Unidos e oito parceiros de desenvolvimento – a Grã-Bretanha, Itália, Turquia, Dinamarca, Noruega, Canadá, Austrália e Holanda – além de dois outros países, Israel e Japão.

O projeto do Pentágono vai investir US$ 396 bilhões para desenvolver e comprar 2.443 dos novos aviões supersônicos furtivos ao radar, com custos previstos de operação e manutenção que podem elevar o custo total do programa na sua vida útil para US$ 1,51 trilhão.

Fonte: Reuters

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