Caça Mirage 2000 quase atingiu a velocidade do som ao realizar passagem sobre Brasília
A quebra de vidraças de prédios na Praça dos Três Poderes durante o sobrevoo de dois caças Mirage 2000 da Força Aérea Brasileira (FAB), no domingo, foi causada por excesso de velocidade de uma das aeronaves. O avião do líder, cujo nome do piloto a FAB não forneceu, atingiu cerca de 1.100 km/h, velocidade incompatível com apresentações nesse tipo de local, por poder provocar a chamada “onda de choque”, quebrando vidros e causando outros estragos. A velocidade do som ao nível do mar é de 1.225 km/h.
Em nota, o Centro de Comunicação Social da aeronáutica informou que “uma investigação, já em andamento, apura todas as circunstâncias do incidente”. Esclareceu ainda que “o piloto está temporariamente afastado das atividades aéreas” e “irá passar por avaliação operacional e poderá sofrer sanções”. A principal sanção é o afastamento definitivo. A FAB ressaltou que “todos os sobrevoos ocorreram em altitudes dentro das margens de segurança, sem risco de acidente”.
A FAB explica na nota que, nesse tipo de apresentação, a recomendação é de que não se chegue perto da velocidade do som, ou, em linguagem técnica, que não se ultrapasse mach 0,9, que corresponde a 90% da velocidade do som, por causa do estrondo e dos estragos que ela pode causar. A nota lembra que “não houve quebra da barreira do som, mas o deslocamento de massa de ar foi suficiente para romper vidraças”. As velocidades para esse tipo de exercício são anteriormente decididas e informadas aos pilotos pelos comandos. Todos os voos são planejados e controlados. Por isso, a investigação para saber o que levou o piloto a extrapolar o limite.
“Houve um excesso de velocidade e isso criou uma onda de choque”, explicou um brigadeiro. Ele explicou que a altitude do avião, neste caso, não teve influência sobre o ocorrido, mas sim a velocidade, a densidade do ar e a temperatura no momento da apresentação.
No Palácio do Planalto, 28 vidros foram quebrados e a estimativa de prejuízo é de R$ 40 mil a R$ 50 mil, segundo a Secretaria-Geral da Presidência. O Comando da aeronáutica disse que já está em contato com pessoas e instituições afetadas para reparar os danos.
Já o Supremo Tribunal Federal (STF) contabilizou R$ 35 mil de prejuízos. De acordo com o STF, 65 vidros grandes foram quebrados. Ao todo, os vidros atingidos, que não eram temperados, somavam 320 metros quadrados.
Hoje deve começar a colocação de novos vidros. A expectativa é de que o trabalho dure até 15 dias. O presidente do STF, Carlos Ayres Britto, que teve o gabinete atingido, despachará nos próximos dias de sua sala no Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Fonte: Jornal do Comércio
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