Na cidade paulista
de São Carlos, o Museu Asas de um Sonho tem uma impressionante coleção de
aeronaves raras em estado de voo. E entre elas uma terá especial posição de
destaque: um caça alemão FW-190 A-8, novinho em folha. A aeronave é a última de
uma série de 12 exemplares adicionais que os alemães decidiram construir
seguindo os planos originais da época da guerra. Essa joia projetada pelo eng.
Kurt Tank servirá para os visitantes mais jovens como lembrança de como já
estava adiantada a tecnologia aeronáutica antes da metade do século passado.
Para os mais velhos vê-la de perto será a realização de um sonho.
Preservar aviões
assim é mérito do Museu da TAM, mas, se hoje o 190 é quase um esquecido, nos
anos 40 sua simples lembrança trazia temor aos pilotos aliados que o
enfrentaram nos céus da Europa, da África e da Rússia. Simplesmente por que o
Focke Wulf 190 foi o melhor dos caças convencionais da Luftwaffe durante a
Segunda Guerra Mundial.
Quando em 1938 ele
foi proposto como sucessor para o Messerschmitt BF.109, o FW-190 deveria ser
equipado com motor em linha, refrigerado a líquido, (Daimler Benz ou Junkers).
Mas a limitada capacidade industrial dessas empresas tornou a ideia inviável.
Diante disso, o projetista Kurt Tank e seus colegas imaginaram um motor na
forma do BMW 180 radial de 1.400 HP aperfeiçoado a partir do desenho do Pratt
& Whitney ´´Twin Wasp``. Não foi fácil adaptar a elegante e esbelta
fuselagem ao volumoso motor radial, mas
o milagre foi conseguindo graças ao cuidado com as linhas aerodinâmicas. O
preço foi um grave problema de superaquecimento na cabine, que nunca foi sanado ao todo. Mas fora isso o
FW-190 mostrou ser muito superior ao BF.109 a baixas e médias altitudes.
Os ensaios
prosseguiram e, em maio de 1939, o quinto protótipo recebeu um motor BMW 801,
de 1700 HP, acionando uma hélice VDM.
Durante toda a
Guerra o Fw-190 foi fabricado em versões cada vez mais aperfeiçoadas. E mesmo
depois do surgimento da versão D.9(de nariz cumprindo), com motor em linha e
702 Km/h de velocidade máxima, as versões com motor radial continuaram em
produção e em uso. A potência motriz do BMW 801 passou dos 1.440 HP originais
para 2.000 HP nos últimos modelos e o armamento variou das duas metralhadoras
de 7,9mm e quatro canhões de 20mm originais até foguetes e morteiros ar-ar,
bombas , casulos subalares com quatro canhões de 20mm adicionais e torpedos.
Tanques extras de combustível e câmaras fotográficas também foram usadas.

Pilotos alemães e
aliados que tiveram oportunidade de experimentar o FW-190 de motor radial são
unânimes em louvar as qualidades dessa máquina. Seus principais defeitos eram a
insuficiente visibilidade frontal na aproximação para o pouso e a tendência de
perde o controle de rolagem quanto submetido a violentas manobras a grande
altura. Outra deficiência era fruto de sua própria modernidade: se acionado a
altas velocidades o compensador elétrico podia causar vibrações capazes de
arrancar a superfície móvel do Profundor. E mesmo com tanques extras o raio de
ação nunca ultrapassou 800Km. Mas nunca existiu aviões algum sem defeito, e
muitos veteranos pilotos de P-51D e Spitfire MK.IX chegaram a afirmar que a
médias altitudes o Fw-190 normal era ainda difícil de derrubar que seu primo
evoluído D-9 de nariz comprido.
FW-D-9
Por tudo isso, e
por sua raridade, o FW-190 Comprado pelo
então Comandante Rolim será uma justa adição à coleção do Museu Asas de um
Sonho.
O FW-190 do Museu da TAM!
Devido a inexistência de exemplares em
condições de voar do caça FW-190 de motor radial, a empresa alemã Flug Werke
foi autorizada a produzir uma série de 12 exemplares utilizando desenhos da
época. As réplicas são tão exatas que o cowling de motor de um 190 do tempo da
Guerra foi colocado num exemplar moderno, e serviu com perfeição! O problema
maior do motor BMW 801. Por sorte, no fim da Guerra, os russos tinham capturado
a fábrica alemã e transferido tudo para a URSS. Depois de produzir (e utilizar)
esses motores durante anos eles repassaram direitos industriais e ferramental
para a China, que os produz até hoje. São réplica exatas e com elas são os
exemplares agora em construção na Alemanha, que por licença especial levam
números de série dando continuidade aos do tempo da Guerra. O Comandante Rolim
adquiriu o último desses exemplares modernos, da versão A-8.
Texto: Roberto
pereira
Digitação/Adaptação: Rock & Aircraft.
É aquele FW190 que vimos jo museu no dia do encontro das velhas águias?
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