No final década de 60, com a necessidade de substituir os obsoletos aviões de treinamento Lockheed T-33A Shooting Star, o Ministério da Aeronáutica buscou opções de aeronaves para treinamento de pilotos militares, que pudessem ser montadas no Brasil para uma posterior nacionalização. Diante da procura a FAB avaliou 3 aeronaves, o norte americano Cessna T-37 Dragon Fly, o britanico BAC Jet Provost e o italiano Aermacchi MB-326G.
Depois de várias avaliações, a escolha recaiu sobre o jato italiano, produzido pela Aermacchi. A aeronave havia sido projetada na década de 50, e ainda estava em operação desde 1962.
A Aermacchi concedeu a licença de fabricação da aeronave para a recém-criada EMBRAER, onde dividiria a produção com o EMB 110 Bandeirante. O contrato de licença foi efetivado em 1970 e a aeronave recebeu a designação de EMB 326 Xavante, nome dado em homenagem às tribos indígenas guerreiras do Brasil. O Xavante foi o primeiro jato a ser fabricado no Brasil.
O Ministério da Aeronáutica fechou o contrato de encomenda de 112 exemplares para a FAB em maio de 1970. A EMBRAER enviou engenheiros para a Itália, onde ficava a Aermacchi e outros técnicos italianos vieram para o Brasil. Algumas alterações foram feitas no modelo original a fim de atender as necessidades da FAB. Além de treinamento, a aeronave deveria servir as demandas de apoio técnico militar.
No dia 03 de setembro de 1971 o Xavante fez seu primeiro voo de teste, comandado pelo Maj. Av. Carlos Rubens Resende e pelo piloto de provas Brasílico Freire Neto. A aeronave foi testada num voo de 90 minutos sobrevoando a região de São José dos Campos e cidades do sul de Minas Gerais, o voo ocorreu sem problemas e com grande entusiasmo da mídia nacional como “o primeiro jato totalmente fabricado no país”.
As primeiras aeronaves foram entregues à FAB no dia 08 de setembro de 1971, com a designação militar de AT-26 Xavante, indicando sua dupla função de ataque e treinamento. Até dezembro de 1976, a FAB já havia adquirido 119 Xavantes. A EMBRAER produziu 182 unidades do EMB 326 Xavante até 1981, dos quais 166 para a FAB, 10 para o Paraguai e 06 para o Togo. Depois da Guerra das Malvinas, 11 AT-26 foram transferidos para a Argentina a fim de repor as perdas daquela Força no conflito.
A FAB optou por estender a vida operacional dos Xavantes diante do alto custo para aquisição de treinadores modernos. Para tanto, adquiriu peças de reposição da África do Sul, cuja força aérea substituiu o MB-326 pelo Bae Hawk em 2005. Como o biposto Xavante e o monoposto Impala (versão sul africana) utilizam o mesmo motor, a FAB adquiriu 14 unidades em meados de 2007. As aeronaves recebidas estavam em excelente estado, e a FAB resolveu colocar em operação 11 das 14 adquiridas. Estas aeronaves voaram na FAB como AT-26A.
No dia 2 de dezembro de 2010, houve a desativação de dez Xavantes pela FAB durante cerimônia presidida pelo Comandante da Aeronáutica (FAB), Tenente Brigadeiro do Ar Juniti Saito. Em abril de 2013 os últimos quatro Xavantes restantes no estoque da FAB foram retirados dos cursos de formação e trenamento conduzidos pelo Grupo Especial de Ensaios em Voo. Em setembro de 2013, a aeronave foi aposentada definitivamente pela FAB. Após a aposentadoria do Xavante, o treinamento de pilotos é feito em aeronaves Northrop F-5.
Rene Maciel novo membro do Rock Aircraft. Editor e Piloto Privado!
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