Decolagem do Concorde.
Você já deve ter
visto fotos ou videos do CONCORDE decolando ou pousando e se
perguntou: “Por que este nariz esta torto para baixo?”. Pois é, esse é um tipo de configuração pouco usado na aviação e recebe o
nome de Droop-Nose, ou “Nariz inclinado”.
Tupolev Tu-144.
A configuração
Droop-Nose é uma característica distintiva de alguns aviões
supersônicos e geralmente com asas em formato delta, mais
notavelmente no Concorde e no Tupolev Tu-144. Quando estas aeronaves
estavam em serviço, o piloto abaixava o cone do nariz para melhorar
a visibilidade da pista e das vias de circulação. Quando em voo, o
nariz era levantado. O Concorde também tinha um visor móvel que
deslizava para dentro e para fora do nariz. Já o visor do Tu-144 era
parte do nariz e não se retraia.
Fairey FD2 e BAC 221.
O avião experimental
Fairey FD2 também dispunha desse sistema, porém (somente nessa
aeronave) o cockpit acompanhava a inclinação no nariz, mas quando foi convertido no BAC 221 para testar a forma da asa do
Concorde, o sistema foi descartado.
Nariz do Concorde.
O sistema de
inclinação do nariz do Concorde foi projetado e manufaturado pela Marshall Aerospace em Cambridge, Reino
Unido. O nariz pode ser inclinado em duas posições - 5 graus (para
o táxi e para a decolagem) e a posição totalmente inclinada de
12,5 graus (usada durante o pouso para que os Pilotos pudessem ver a
pista que se aproximava). O nariz e a viseira eram operados
hidraulicamente, por uma alavanca pequena no lado do copiloto no
cockpit. Havia também um sistema de inclinação secundário caso o
sistema principal falhasse (operado a partir do console central do
cockpit) e, como último recurso, se ambos os sistemas hidráulicos
falhassem, uma alavanca podia ser puxada no cockpit e liberava as
travas mecânicas, permitindo que o nariz caísse com a ajuda da
gravidade para a posição de 12,5 graus.
Sukhoi T-4 “Sotka”.
Outro avião que
utilizou esse sistema de inclinação do Nariz foi o projeto
soviético Sukhoi T-4 “Sotka”, porém quando o nariz era retraído
a visibilidade frontal era totalmente nula, o voo prosseguia
totalmente por instrumentos.
Asa em formato delta.
Além de supersônicos
(e possuírem um nariz longo), todos os aviões citados nessa matéria
possuíam asas em formato delta. Este é o principal motivo do nariz
precisar ser inclinado, pois em uma aproximação para pouso ou em
uma decolagem, o ângulo de ataque é muito grande para
que o avião possa voar numa velocidade baixa (se é que podemos
chamar de baixa as velocidades de decolagem e pouso dessas máquinas)!
Então com um ângulo de ataque grande e caso não existisse o Droop-Nose a visibilidade frontal seria muito prejudicada com o nariz longo da aeronave.
(Fotos: wikimedia.org, testpilot.ru, i.kinja-img.com, bbci.co.uk).
Rene Maciel / Rock Aircraft
Editor e Piloto Privado.
Excelente matéria!
ResponderExcluirVocês estão de parabéns!
Muito obrigado pelo seu feedback.
ExcluirParabéns, sempre seguimos seus artigos vocês são feras, Abraços.
ResponderExcluirMuito Obrigado, Estamos sempre melhorando o site e consequentemente nossas matérias!
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